Os resultados da pesquisa anual da WAN-IFRA representam uma indústria que cada vez está criando mais audiências leais ao redor de um jornalismo de alta qualidade, enquanto continua mudança das receitas baseadas nos leitores.
A pesquisa da World Press Trends inclui dados de mais de 70 países, que representam mais de 90 por cento do valor da indústria mundial. Os dados são fornecidos por dezenas de associações nacionais da imprensa e meios de comunicação, com informação adicional procedente dos fornecedores globais: Zenith, IPSOS, PWC e Chartbeat.
WAN-IFRA calcula que 56% das receitas totais dos jornais vieram das vendas de circulação (impressas e digitais) em 2016. ” A mudança da publicidade nas receitas baseadas nos leitores está transformando os fundamentos da nossa indústria” , disse Vincent Peyregne, CEO da WAN-IFRA, que representou os principais resultados do estudo global no 69ª Congresso Mundial dos Meios de Notícias e o 24º Foro Mundial de Editores em Durban (África do Sul).

A CONFIANÇA É A NOVA MOEDA

Curiosamente, esta tendência continua em um momento em que pesquisa após pesquisa revela que as pessoas em todo o mundo não só estão perdendo sua confiança nos meios de comunicação, bem como nas instituições sociais em geral. ” A perda na confiança é o maior risco que enfrentamos como indústria e todos os nossos esforços devem ser com o objetivo de recuperálo”, disse Peyregne. ” Somos chamados a comerciar com atenção. A confiança é nossa nova moeda”, disse Peyregne. ” Qualquer queda na confiança desgasta os alicerces de nosso negócio: um jornalismo confiável e de primeira categoria”.

A ERA CENTRADA NA AUDIÊNCIA

Uma mudança fundamental no modelo de negócio do jornalismo ocorreu há dois anos, quando as entradas dos leitores se converteram na maior fonte de receitas para os editores de notícias. As entradas globais na difusão digital cresceram 28 por cento entre 2015 e 2016 e 300 por cento entre 2012 e 2016; e espera-se que essa tendência continue. Apesar disso, o faturamento das entradas totais dos jornais mundiais caíram 2,1 por cento em 2016 com relação ao ano anterior e baixaram 7,8 por cento nos últimos cinco anos.
As entradas publicitárias continuam diminuindo na maioria dos mercados, ainda que sejam excelentes na Ásia, África e América Latina e que as taxas de declinação variem muito entre os diferentes mercados.
Tendências mundiais da imprensa 2017