Neste artigo dedicado às novas tecnologias de cura UV, são apresentadas as vantagens da cura LED, comparativamente à cura UV tradicional.
Um dos inconvenientes das lâmpadas tradicionais de arco UV está relacionado com o facto de conterem uma pequena quantidade de mercúrio. Quando se quebram, exigem cuidados especiais que assegurem a eliminação segura do mercúrio.
Por outro lado, uma vez que as lâmpadas UV emitem comprimentos de onda na região UV abaixo de 28 nm, produzem ozono, o que exige a implementação de um sistema que elimine o ozono da gráfica, transportando- o para o exterior. A acrescentar a tudo isso, para que permaneçam acesas, devem manter uma intensidade mínima de luz. A redução da energia abaixo deste mínimo leva a que a lâmpada não produza luz.
É também necessário um determinado tempo para que as lâmpadas UV atinjam a potência plena e, caso se desliguem, têm que arrefecer antes de se voltarem a ligar. No processo de impressão, durante a cura, é gerada uma elevada quantidade de calor que pode distorcer os substratos não porosos, o que pode causar falhas no registo, ou formar ondas ou gretas no papel ou cartão.
Para combater o calor são utilizados filtros dicroicos (utilizados para eliminar a energia IR), refrigeração de água e arrefecimento por ar, mas no melhor dos casos apenas conseguem eliminar cerca de 50% do calor gerado.
A acrescentar a tudo isto, para a refrigeração por água e por ar para as lâmpadas UV, para além de uma saída de gases que elimine o ozono, são necessários elementos volumosos, o que limita as opções de colocação.
As lâmpadas UV são muito ineficientes, uma vez que, por norma, aproveitam menos de 15% da energia utilizada.
Por último, as lâmpadas UV degradamse continuamente durante a vida útil, geralmente inferior a 1.000 horas, o que significa que a potência da cura UV pode ser uma variável problemática de tratar durante o ciclo de produção. Uma das tecnologias a ter em conta para reduzir os inconvenientes do UV é a cura por LED.
USOS COMERCIAIS
Um dos usos comerciais mais antigos da alta potência UV-LED foi feito pela área dental, para a secagem de adesivos e de massas dentais, reduzindo assim o tempo que o paciente tinha que passar na cadeira do dentista à espera que o trabalho fosse concluído. O tamanho pequeno e compacto do LED permite identificar a área que necessita de atenção. Era apenas uma questão de tempo até que o LED entrasse no mercado das artes gráficas e trouxesse as suas vantagens às gráficas.
ENERGIA E COMPRIMENTO DE ONDA
As lâmpadas UV-LED apresentam uma variedade de tamanhos, de energia e comprimentos de onda. O espectro de saída dos LEDs é monocromático. As suas saídas estendem-se do espectro de 40nm até ao máximo de 365, 385 ou 395 nm. (Outros LEDs UV foram feitos para 350, 405, 210, 250, 275 ou 290 nm ). A maioria das categorias de saídas especiais são direcionadas aplicações específicas, nomeadamente a purificação de água.
Em regra geral, como o espectro da saída é reduzido, também a intensidade máxima da lâmpada é inferior. Uma lâmpada de 365 nm conta com uma potência máxima de 2 W/cm2, enquanto que a lâmpada de 395 nm conta com uma potência máxima de 10 a 16 W/cm2. Uma lâmpada UV tradicional conta com um espectro de saída que abarca 190 – 800nm. Através deste espectro uma lâmpada de 300 watt daria cerca de 1.650 mW/cm² sobre a superfície da impressão.
Pelo contrário, com a lâmpada LED, andaria nos 500 mW/cm² na superfície de impressão. (Os dados baseiam-se na unidade de testes de laboratório, utilizando uma lâmpada UV standard tradicional de 300 watt por polegada a 10 cm (4 polegadas) da zona de cura e uma lâmpada UV-LED 12W por cm² situada a 10 cm (4 polegadas ) da zona de secagem. Para as medições foi utilizado um EIT UV Power Puck II.
FOTOINICIADOR
No desenvolvimento de tintas e revestimentos que curam com lâmpadas LED, o fotoiniciador deve utilizar a energia da lâmpada entre 395 a 410nm. Atualmente, existem poucos fotoiniciadores com absorção dentro destes comprimentos de onda, o que afeta a sua eficácia e custo. Apesar de o fotoiniciador absorver nesta zona, os picos principais de absorção são geralmente compostos por menos de 395 nm e por isso a eficácia do fotoiniciador para absorver toda a luz disponível em 395 nm é diminuída.
Por esse motivo, a utilização de lâmpadas LED para aplicações de baixa migração não é recomendável.
FATORES FAVORÁVEIS
As lâmpadas LED contam ainda com outras características que as tornam mais desejáveis do que as lâmpadas UV tradicionais:
- Devido ao facto de o comprimento de onda da luz produzida pelo LED não se encontrar na zona de 280 nm ou menos, estas lâmpadas não produzem ozono, eliminando a necessidade de evacuação ao exterior. As lâmpadas UV tradicionais exigem a eliminação do ozono.
- As lâmpadas LED funcionam a temperaturas mais baixas do que lâmpadas UV tradicionais porque a pouca largura de banda do UV-LED não alcança a classe espectral que produz calor do IR (infravermelho), havendo mais oportunidades de os designers de lâmpadas UV-LED de eliminar o calor produzido na parte posterior das matrizes do LED. Uma lâmpada LED no total produz 60°C de calor enquanto que as lâmpadas de mercúrio podem produzir calor acima dos 300°C, para eliminar o calor gerado por estas lâmpadas exige ou grandes quantidades de ar refrigerado ou água.
- As lâmpadas LED são instantâneas a acender e a apagar devido à natureza das suas características semicondutoras. As lâmpadas normais de cura UV requerem tempo para atingir a intensidade de saída do trabalho. Se as lâmpadas se apagam quando se encontram em funcionamento, precisam de arrefecer antes de se voltar a ligar. Para evitar isto, os fabricantes de lâmpadas desenvolveram a utilização de obturadores mecânicos, por vezes sofisticados, outras propensas a falhas com vista a reduzir o tempo entre o arranque e a paragem.
- Devido à evacuação de gases, refrigeração e obturadores, as lâmpadas UV tradicionais ocupam muito espaço. As lâmpadas LED não requerem a extração de ozono. Necessitam de água, ou refrigeração por ar, para arrefecer os LEDS que são acionados a elevadas potências, mas como as temperaturas são mais baixas, a quantidade é mínima. Não necessitam de obturadores uma vez que o LED se acende e apaga instantaneamente. Por isso o tamanho das lâmpadas LED é muito mais pequeno do que o de uma lâmpada UV de mercúrio.
- As lâmpadas LED têm uma vida útil muito maior do que as lâmpadas de arco UV normais e lâmpadas H-UV. As lâmpadas LED têm uma vida útil acima das 20.000 horas, enquanto que a lâmpada de arco UV tem normalmente entre mil e 2000 horas, e as lâmpadas H-UV apenas cerca de 700 horas.
- As lâmpadas LED não contêm mercúrio, enquanto que uma lâmpada UV tradicional conta com uma pequena quantidade de mercúrio que deve ser devidamente eliminada.
- A manutenção de lâmpadas LED também é mínima comparativamente a lâmpadas de cura UV tradicionais. Uma lâmpada UV tradicional precisa de ser trocada a cada 700 -1000 horas e os refletores necessitam de limpeza quando as lâmpadas são trocadas.
FATORES DESFAVORÁVEIS
Há alguns inconvenientes com a tecnologia de lâmpadas LED.
- Devido à limitada quantidade de fotoiniciadores disponíveis, a cura LED de vernizes e revestimentos é cada vez mais difícil. Os fotoiniciadores utilizados para curar estes produtos tendem a mudar para cor amarela quando se curam.
- A escolha de matérias-primas que se podem utilizar para os LED é limitada e devido a isso o preço das tintas é mais elevado do que as tintas secas por UV tradicional.
- Atualmente, as lâmpadas LED custam quase o dobro de uma lâmpada UV tradicional com design de alta qualidade, necessário para a impressão offset de folha. O preço de um secador LED de 40 polegadas ronda os 140 mil dólares enquanto que o preço de uma lâmpada de arco seria de 70 mil dólares. Já se encontram disponíveis tintas de cura mais rápida para lâmpadas de UV-LED e podem ser necessárias menos lâmpadas LED para o processo de cura comparativamente com os sistemas tradicionais da lâmpada UV.