António Antunes da Artipol
António Antunes da Artipol

Criada em 1974, a Artipol começou por ser um projeto de três colegas do ofício de artes gráficas, que foi crescendo de forma sustentada. Situada em Águeda, a gráfica conta hoje com 19 funcionários e tem vindo a registar bons resultados.

A empresa inicia o novo ano com um investimento em impressão digital e segundo adiantou António Antunes, um dos três sócios da Artipol, em entrevista à La Prensa, conta já com uma carteira de encomendas que assegura mais um bom ano de produção em 2012.

A Artipol nasceu no ano em que tudo mudou no país. Como é que se iniciou este projeto?

O projeto começou com três colegas do oficio. Em 1974, a tipografia onde trabalhávamos encerrou. Nessa altura, eu estava na guerra do ultramar e os meus colegas avançaram com o negócio. Quando voltei juntei-me a eles. Tudo isto aconteceu numa altura muito difícil por isso é que não estou muito preocupado com esta crise que estamos a passar, é mais uma já se viveu muito mal em Portugal. No tempo dos meus avós e pais as pessoas sobreviviam com muita dificuldade e hoje, apesar de tudo, têm acesso a muito melhores condições.

Começaram com que equipamentos?
artipol2

Na altura, a empresa foi instalada numa casa em Águeda e iniciouse a produção com uma máquina Textype, uma Minerva e uma Heidelberg 57×77. Imprimíamos tudo o que era possível naquela época, desde cartazes a livro s, em tipografia. Mais tarde introduzimos o offset e o negócio foi-se desenvolvendo até 1991. Em 1992 comprámos as instalações onde estamos atualmente. Ao longo do processo, houve algumas entradas e saídas de sócios, e neste momento, com responsabilidade no trabalho, somos três, eu, Jorge Gomes e José Amadeu. Fomos desenvolvendo a empresa e hoje os nossos filhos, que se licenciaram noutras áreas, estão também a dedicar-se à empresa. Esse é um dos motivos que nos dá uma perspectiva de futuro. Eles estão a dar seguimento ao nosso trabalho, estão a par das novas tecnologias e estão a fazer um excelente trabalho, também ao nível de consulta de novos mercados e de aquisição de novos equipamentos. Estamos, por exemplo, a avançar para a impressão digital. Durante estes anos, sempre fomos investindo de acordo com as necessidades dos clientes, que também foram crescendo connosco. Mas somos uma pequena empresa, que vai fazer 38 anos no dia 10 de abril.

Foi preciso coragem para, há cerca de dois anos, avançar com um investimento avultado, numa altura em que a crise já se fazia sentir?

Sim, há dois anos adquirimos uma Heidelberg Speedmaster e também ampliámos as nossas instalações, numa altura em que já se falava na crise. Algunss colegas chamaram-nos loucos e diziam-nos que esta não era uma fase para se investir. Avançámos com a aquisição dessa máquina, que não era nova, mas que estava em muito bom estado, e que tinha um preço significativamente inferior ao de um equipamento novo. Com essa máquina e a construção do novo pavilhão, investimos cerca de um milhão de euros, e ainda avançámos com mais cerca de 100 mil euros em outros equipamentos de acabamento.

Mas apesar do atual cenário do mercado, não está arrependido de ter avançado com esses investimentos?

Hoje tenho a convicção de que se não tivéssemos feito esse investimento provavelmente estaria a pensar em mudar de vida. No entanto, tenho consciência de que corremos alguns riscos, embora o tenhamos feito com o apoio dos clientes. Quando decidimos avançar com o investimento, demos conhecimento aos principais clientes, que nos garantiram de que ficariam connosco e que nos continuariam a assegurar trabalho. Por isso, foi um risco, mas um risco calculado. E além disso, temos confiança na nossa competência e na nossa capacidade de trabalho.