Graham Moore
Graham Moore. Diretor comercial da divisão de Impressão de Produção da Ricoh

A estratégia das gráficas não pode continuar a limitar-se à impressão e à gestão de custos: entender que as mudanças que estão a acontecer no mundo também estão a criar novas necessidades é o primeiro passo para colocar o cliente no centro do nosso negócio.

Embora a fiabilidade, a produtividade e a qualidade da tecnologia sejam fundamentais para uma gráfica como a sua, são apenas uma parte do que realmente precisa para construir ou restaurar a rentabilidade do seu negócio.

Por isso, neste artigo, vou focar outras áreas que também precisam ser entendidas e geridas pelos fornecedores de serviços de impressão, especialmente aquelas que se relacionam com os desafios que os seus clientes também enfrentam.

Não importa se as empresas são grandes ou pequenas, todas estão a enfrentar desafios sobre como recuperar rentabilidade, manter clientes ou manter-se atualizadas num ambiente de rápida evolução das tecnologias e do seu impacto no mercado.

Para garantir o sucesso, os gráficos necessitam de desempenhar um papel mais amplo e assumir uma maior compreensão de todos os desafios enfrentados pelas empresas, pela sua direção e, principalmente, pelo seu diretor de marketing.

Conhecer os desafios dos clientes finais

Acredito firmemente que os grandes fabricantes têm que continuar a investir para entender tudo o que está para além da indústria de impressão profissional:

  • analisar as tendências que determinam como vão trabalhar, no futuro, as empresas, os compradores de impressão, os profissionais de marketing e as suas agências;
  • como esperam interagir os consumidores com os documentos impressos, as redes e os meios sociais e, em geral, todos os canais de comunicação.
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Com base nesse conhecimento, devem apoiar os consumidores, nomeadamente os gráficos, a enfrentar os desafios que se apresentam pela frente.

Temos a responsabilidade de o ajudar a garantir o sucesso. E apesar de algumas empresas na Europa já terem iniciado o caminho de acrescentar valor e aumentar os seus portfolios para novos serviços relaciobados como o marketing, a maioria ainda não iniciou o caminho.
Então, por onde começo? Primeiro… o que está realmente a acontecer no lado do cliente? Quais são os desafios a que as organizações devem dar atenção para investir em serviços de impressão no futuro?

Conclusões da unidade de inteligència do The Economist

Deixe-me dar-lhe alguns resultados interessantes, obtidos a partir de um estudo patrocinado pela Ricoh, realizado pela Unidade de Inteligência do diário económico The Economist. Este estudo apresentou uma excelente perspetiva sobre os desafios e as grandes tendências que orientam atualmente as empresas, ou mais concretamente os clientes da sua gráfica.

Um dos principais resultados do estudo promovido entre 567 líderes empresariais de todo o mundo é o seguinte: as empresas não podem escapar à evolução tecnológica.

  • Mais de um terço (37%) dos empresários acredita que as suas empresas não irão conseguir acompanhar o ritmo tecnológico e que com isso vão perder diferencial competitivo;
  • Seis em cada dez acredita que os mercados em que operam vão sofrer grandes alterações até ao ano 2020, e que irão ter pouca semelhança com a atual realidade;
  • Um terço dos líderes de empresas que trabalham no sector da tecnologia acredita que suas empresas vão fechar.

Uma posição muito semelhante à que temos ouvido por parte de muitos impressores… Na verdade, você não está sozinho na necessidade de se transformar para enfrentar o futuro, uma vez que os seus clientes também procuram novas novas formas de fazer negócios e de atrair novos clientes.

Estamos a testemunhar o impacto das tecnologias que já existem hoje, como o crescimento da informática low-cost e o armazenamento na “nuvem” (Cloud) ou a largura de banda, que permitem novos modelos de negócios mais flexíveis, otimizados e rentáveis em todos os setores. Se olharmos à nossa volta, as novas tecnologias, como a impressão digital ou a jato de tinta, trouxeram, em pouco anos, mudanças significativas ao mercado. A tecnologia em si não causa a mudança, mas sim a utilização que se faz dela. Do que podemos estar seguros é que vão continuar a haver mudanças radicais na nossa indústria, tendo em conta que as tecnologias atuais se vão aplicando, de novas formas, pelas empresas, clientes e seus funcionários.

E tudo isto sem ter em conta as inovações que hoje ainda não existem. Mas tenha muito claro que não é a tecnologia em si que provoca as mudanças, mas a forma como é utilizada e do impacto dessa utilização.

“Big Data”, O Volume de dados continua a crescer

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O estudo do The Economist também mostra que o auge de informação continuará a aumentar na medida em que as empresas vão adquirindo dados a um ritmo cada vez maior, o que também é conhecido por “big data”.

É um desafio particularmente crítico para os departamentos de marketing das organizações que vão analisar e capitalizar volumes sem precedentes dos dados, cada vez mais valiosos e úteis, que vão sendo disponibilizados.

Mas apenas 15% acredita que suas organizações estão a fazer um trabalho exemplar. E este sentimento é confirmado por outro estudo da International Data Group entre compradores de TI, dos quais 58% reconhecem que as comunicações de marketing que não são relevantes para eles.

A acrescentar a esta, soma-se outra alarmante estatística do CMO Council (Conselho de Diretores de Marketing) segundo a qual 50% dos consumidores afirma que a primeira razão para rejeitar uma marca é a pouca relevância das informações que recebem dela. O suficiente para entender que uma grande quantidade de materiais de marketing atualmente produzidos podem ser considerados um desperdício.

Estou confiante de que não o estou a surpreender com estes dados e que também se identifica com o que acabei de referir. Assim, pode o impressor continuar a responder com um serviço de “café para todos” os departamentos de marketing… mesmo quando estes o pediram assim? Não acreditamos que este modelo vingue por muito tempo. Deve e vai mudar.

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Quando é que a mudança vai ter lugar?

Acreditamos que agora mesmo. Demasiados consumidores estão a rejeitar a mensagem impressa por considerá-la um meio ultrapassado.

O gráfico pode desempenhar um papel importante na criação de valor, dando oportunidade aos seus clientes e ajudando-os a produzir materiais de marketing mais relevantes, entregues de formas inovadoras e combinados com outros canais de comunicação que os consumidores vão considerar úteis e proveitosos.

Um bom exemplo é a embalagem de produtos, um canal através do qual os gráficos podem explorar o potencial que lhes pode trazer a impressão digital, para acrescsentar valor, tanto no mercado dos testes, como na personalização ou mesmo na ligação com conteúdos online individualizados.

Abre-se aqui um mundo de oportunidades. O fenómeno “big data” representa um grande desafio para as empresas, que precisam entender e gerir a saúde das suas bases de dados relacionados com os clientes .. e os gráficos podem desempenhar um papel importante, aproveitando todas as oportunidades para construir relações mais sólidas, próximas e, acima de tudo, de uma forma mais estruturada.

Este exercício convenceu-nos que é essencial para os empresários gráficos começar a desempenhar já um papel mais destacado e de maior responsabilidade na compressão de todos estes desafios. Devemos dedicar mais tempo e esforço coletivo para entender todo este “muito mais” que se esconde atrás do que, até hoje, tem sido esta nossa indústria da impressão. E acima de tudo, analisar as tendências que estão a mudar a forma como as empresas interagem com os seus clientes.