Por: José Antonio Martínez, consultor de LeanPrinting e melhoria de processos da LTCaM
A Indústria 4.0 nos acompanha há alguns anos e aos poucos começa a ser percebida de forma generalizada nos negócios gráficos.
Em suma, a indústria 4.0 engloba a digitalização e integração de nossos processos de produção e gestão, e aproveita todas as tecnologias digitais disponíveis para melhorar a eficácia de nossas operações de produção, com o objetivo de alcançar fábricas inteligentes.
Dentro do nosso setor, as tecnologias mais exploráveis da indústria 4.0 seriam:
- Internet das Coisas
- Big data
- Armazenamento na núvem
- Robotização
- Integração de sistemas de informação, Business Intelligence
- impressao 3D
- Realidade aumentada
Essa nova revolução industrial também está nos levando a mudanças importantes na forma como gerenciamos nossas empresas, como
- Pessoas permanentemente conectadas graças à Internet das Coisas e Big Data
- Integração e comunicação entre máquinas, embora já tenham sido feitos progressos consideráveis com o CIP4
- Mudanças na forma como trabalhamos graças a informações em tempo real
Por outro lado, essas mudanças estão nos levando à criação de novos perfis profissionais e postos de trabalho. Agora, muitas das tarefas que as pessoas fizeram serão feitas por máquinas, e teremos outras ocupações como dirigir (controlar) e manter nossas máquinas. Perdem-se empregos pouco qualificados, que serão preenchidos por máquinas, e serão criados outros empregos mais indiretos, como:
- Analistas de sistemas
- Especialistas em inteligência de negócios (business intelligence)
- Técnicos de manutenção
Também deve-se ter em mente que nesta Indústria 4.0 nem tudo que reluz é ouro, e não está isento de perigos. Uma empresa gráfica não é uma grande multinacional e, portanto, o novo modelo deve ser dimensionado para o tamanho e as necessidades de uma PME. Podemos citar alguns perigos como:
• Tornar um modelo tecnológico muito complicado e impossível de manter com os recursos que temos
• Ter um ecossistema tecnológico muito complicado para governar
• Capturar dados e informações e não analisá-los. Medir, medir, medir e depois não tomar decisões para melhorar nossas operações
• Por estar muito focado na análise de informações, negligenciando nossos clientes ou nossos operadores
Em suma, os dados que obtemos dos nossos sistemas de informação devem ser a matéria-prima para tomar decisões e melhorar, e para isso devemos:
• Criar rotinas de trabalho nas quais as informações sejam compartilhadas com as partes interessadas (operadores e gerentes intermediários).
• Que as informações são verdadeiras e atuais
• Que tudo esteja voltado para a melhoria contínua e que os resultados dos dados se cristalizem em planos de ação para melhorar nossas operações.
Neste contexto, surgiram aplicações complementares específicas com o nosso ERP e que nos ajudam a melhorar as nossas operações de forma transversal. Podemos citar alguns, como:
• MES ou gerente de operações, que coordena e otimiza as operações de produção em nossa oficina, realiza a captura de dados e monitora a eficácia de nossos recursos.
• ISO Manager, coordena e automatiza a gestão e manutenção de nossas certificações, como 9001, 14001, etc. cobrindo todos os requisitos dos sistemas de gestão
• GEMAO ou gerente de operações de manutenção, coordena a manutenção preventiva e corretiva de nossos recursos produtivos e gerencia avarias e incidentes
• Módulo de cálculo do custo horário, é um sistema que calcula e mantém rapidamente o custo horário de nossas máquinas.
• Registro e autocontrole da qualidade de nossos processos produtivos, realiza, registra o controle de qualidade e mantém a rastreabilidade de nossos processos.
Em suma, podemos afirmar que a indústria 4.0 onde mais informação flui devido ao uso de novas tecnologias e integração de sistemas. Mas se não manusearmos bem essas informações, podemos obter o efeito contrário ao desejado. Para isso, as informações devem ser precisas e fornecer clareza para nos ajudar a tomar as decisões corretas em nossos processos.