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A embalagem é o produto

Fabio Mestriner
Por Fabio Mestriner.
Consultor da Ibema Papelcartão

Durante décadas, um problema assombra aqueles que, como eu, conhecem a importância das embalagens para os negócios. Sempre nos perguntamos por que as empresas brasileiras não percebem esse valor e por que ainda não usam esse recurso para melhorar o desempenho do produto no mercado.

A pesquisa realizada por escolas e instituições do setor concluiu que os profissionais são, em grande parte, dedicados a reduzir os custos de embalagens, em vez de usá-los melhor. Por exemplo, o uso de embalagens como ferramenta de marketing, veículo de comunicação e link de Internet.

A embalagem é uma ferramenta competitiva poderosa que não pode mais ser usada apenas para conter o produto: deve ajudar a impulsionar os negócios da empresa.

Aqui não critico os profissionais de embalagens, que são frequentemente forçados pelas demandas de seus empregadores. O nó da questão neste artigo refere-se ao motivo pelo qual as empresas brasileiras não utilizam todo o potencial de suas embalagens e, na maioria dos casos, nem percebem o valor que possuem.

Demorei um pouco, mas finalmente encontrei uma hipótese que pode nos levar a uma melhor compreensão desse problema: precisamos mudar a mentalidade que foi estabelecida nas empresas, o que as faz ver a embalagem apenas como um custo, um insumo de produção como os demais. Um mal-entendido, que faz as empresas entenderem como produto apenas o que fabricam, ou seja, o que vem na embalagem, fabricado em outra empresa que está distante e registrada em seu departamento de compras.

Eles não sabem que, para o consumidor, a embalagem e o conteúdo constituem uma única entidade indivisível, conhecida pelo nome do produto. Portanto, produto para o consumidor significa embalagem e seu conteúdo, pois uma coisa não existe sem a outra. É nesse entendimento truncado que o problema está.

Não é fácil mudar mentalidades entrincheiradas e, para isso, todo o setor de embalagens, empresas e profissionais que trabalham na cadeia devem dedicar-se a mudar a “mentalidade” porque, como ensinado pelo venerável sábio chinês Lao Tzu, é melhor acender uma vela do que amaldiçoar a escuridão.

É inútil reclamar que as empresas não valorizam as embalagens e que são teimosamente dedicadas a reduzir seus custos. Precisamos acender uma vela e lembrar cada vez que, para o consumidor, o produto e a embalagem constituem uma única entidade indivisível. Além de lembrar a todos que essa entidade participa e interfere na percepção de valor que o consumidor forma no produto. Podemos encontrar um ponto de partida para tentar desatar o nó.

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